A Casa (André Vianco) - Literatura #39

Rosana está passando por uma fase difícil, vive um dia de cada vez, com a ajuda de anti-depressivos.
Hélio, está atolado em bebida, e tentando uma forma de conviver com ele mesmo e a esposa, que não consegue se desapegar das coisas da filha morta.
Leon é gay, e se engana, assim como tenta enganar a namorada, dizendo que usará menos drogas.
Ismael está muito preocupado com a inauguração de sua boate para tratar bem sua namorada, e se preocupar com sua saúde, não come direito e nem dorme. E para completar o barman não deu sinal de vida.
O que esses quatro tem em comum?
Foram todos de alguma forma convidados a irem até um endereço X, onde "todos tem direito a uma segunda chance"

André Vianco tem o dom de mexer comigo de uma forma, que nem os meus autores preferidos, consegue.
Não se engane pela escrita simples, diálogos bruscos, personagens sem muita descrição, com alguns palavrões, gírias populares, e ambientação totalmente BR. As histórias são completamente incríveis.
Algumas dão medo, outras te fazem pensar, assim como A Casa.
A menos que você seja uma pessoa muito sensível, A Casa não irá te assustar, como alguns livros do autor. Mas irá te levar a pensamentos que talvez você nem imaginava ter.
Pensar no passado, e saber lidar com ele, não é uma tarefa fácil, ainda mais quando se perde alguém, ou se tem arrependimentos, assim como as personagens, ou até mesmo de forma diferente, cada qual com o seu particular.
A narrativa é envolvente, e quando você percebe já acabou, e você ainda quer mais, gostaria que tivesse sido mais comprido, com mais páginas.
Mas lembre-se: A Casa não é um livro cheio de detalhes da vida das personagens, e sim de momentos. Não fique frustrado quando eles saírem de um ponto da história e passarem a outro como se tivessem sido teletransportado, o que importa na narrativa é onde irão chegar, e onde tudo faz sentido, e não os meios. Então não se apegue nesse ponto. O Autor sabe muito bem onde nos contar coisas novas e não deixar a história cansativa.
Recomendo para todos. Até os que não gostam do gênero, uma vez que todos temos um passado.